Emissões digitais: os custos de um mundo obcecado por dados

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Emissões digitais: os custos de um mundo obcecado por dados

Emissões digitais: os custos de um mundo obcecado por dados

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As atividades e transações online levaram a níveis crescentes de consumo de energia à medida que as empresas continuam migrando para processos baseados em nuvem.
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      Previsão Quantumrun
    • 7 de novembro de 2022

    Resumo do insight

    O data center tornou-se um componente essencial da infraestrutura corporativa, à medida que muitas empresas se esforçam agora para se estabelecerem como líderes de mercado numa economia cada vez mais orientada por dados. No entanto, estas instalações consomem frequentemente muita eletricidade, levando muitas empresas a procurar formas de reduzir o consumo de energia. Estas medidas incluem a deslocalização dos centros de dados para locais mais frescos e a utilização da Internet das Coisas (IoT) para monitorizar as emissões.

    Contexto de emissões digitais

    A crescente popularidade de aplicativos e serviços baseados em nuvem (por exemplo, Software como serviço e Infraestrutura como serviço) levou ao estabelecimento de grandes data centers executando supercomputadores. Essas instalações de dados devem operar 24 horas por dia, 7 dias por semana e incluir planos de resiliência de emergência para atender às altas demandas de suas respectivas empresas.

    Os data centers são um componente de um sistema sociotécnico mais amplo, tornando-se ecologicamente mais danoso. Cerca de 10% da demanda global de energia vem da Internet e de serviços online. Até 2030, prevê-se que os serviços e dispositivos online serão responsáveis ​​por 20% do uso mundial de eletricidade. Essa taxa de crescimento é insustentável e ameaça a segurança energética e os esforços de redução de emissões de carbono.

    Alguns especialistas acreditam que há políticas regulatórias insuficientes para supervisionar as emissões digitais. E embora os titãs da tecnologia Google, Amazon, Apple, Microsoft e Facebook tenham se comprometido a usar 100% de energia renovável, eles não são obrigados a cumprir suas promessas. Por exemplo, o Greenpeace criticou a Amazon em 2019 por não cumprir sua meta de reduzir os negócios da indústria de combustíveis fósseis. 

    Impacto disruptivo

    Como resultado dos crescentes custos financeiros e ambientais dos data centers, universidades e empresas de tecnologia estão desenvolvendo processos digitais mais eficientes. A Universidade de Stanford está procurando tornar o aprendizado de máquina “verde” com métodos e sessões de treinamento menos intensivos em energia. Enquanto isso, Google e Facebook estão construindo data centers em áreas com invernos rigorosos, onde o ambiente oferece refrigeração gratuita para equipamentos de TI. Essas empresas também estão considerando chips de computador mais eficientes em termos energéticos. Por exemplo, os pesquisadores descobriram que projetos específicos de redes neurais podem ser cinco vezes mais eficientes em termos de energia ao ensinar um algoritmo do que usar chips otimizados para processamento gráfico.

    Entretanto, surgiram várias startups para ajudar as empresas a gerir as emissões digitais através de diversas ferramentas e soluções. Uma dessas soluções é o rastreamento de emissões de IoT. As tecnologias IoT que podem detetar emissões de GEE estão a receber cada vez mais atenção dos investidores, uma vez que reconhecem o potencial destas tecnologias para fornecer dados precisos e granulares. Por exemplo, a Project Canary, uma empresa de análise de dados sediada em Denver que oferece um sistema de monitorização contínua de emissões baseado em IoT, arrecadou 111 milhões de dólares em financiamento em Fevereiro de 2022. 

    Outra ferramenta digital de gestão de emissões é o rastreamento de fontes de energia renovável. O sistema rastreia a coleta e validação de dados de energia verde, como os obtidos de certificados de atributos de energia e certificados de energia renovável. Empresas como Google e Microsoft também estão se tornando mais interessadas em certificados de atributos de energia baseados em tempo que permitem “energia livre de carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana”. 

    Implicações das emissões digitais

    As implicações mais amplas das emissões digitais podem incluir: 

    • Mais empresas construindo data centers localizados em vez de grandes instalações centralizadas para economizar energia e dar suporte à computação de ponta.
    • Mais países em locais frios aproveitando a migração de data centers para áreas mais frias para impulsionar suas economias locais.
    • Aumento da pesquisa e da concorrência para construir chips de computador eficientes ou de baixo consumo de energia.
    • Governos implementando legislação de emissões digitais e incentivando empresas nacionais a reduzir suas pegadas digitais.
    • Mais startups oferecendo soluções de gerenciamento de emissões digitais, pois as empresas são cada vez mais obrigadas a relatar sua governança de emissões digitais aos investidores em sustentabilidade.
    • Aumento dos investimentos em soluções de energia renovável, automação e inteligência artificial (IA) para economizar energia.

    Questões a considerar

    • Como sua empresa gerencia suas emissões digitais?
    • De que outra forma os governos podem instituir limitações no tamanho das emissões digitais das empresas?