Agências antidesinformação: A batalha contra a desinformação está a intensificar-se

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Agências antidesinformação: A batalha contra a desinformação está a intensificar-se

Agências antidesinformação: A batalha contra a desinformação está a intensificar-se

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Os países estão a criar departamentos anti-desinformação à medida que as políticas e eleições nacionais se tornam altamente influenciadas pela propaganda.
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      Previsão Quantumrun
    • 3 de outubro de 2023

    Resumo do insight

    Os países estão a criar agências especializadas para combater a propagação de desinformação e notícias falsas. A Agência de Defesa Psicológica da Suécia visa proteger a nação da desinformação e da guerra psicológica, colaborando com vários setores da sociedade. A Finlândia adotou uma abordagem educacional, visando cidadãos e estudantes com programas que ensinam como discernir informações falsas. Nos EUA, o Departamento de Defesa está investindo milhões em tecnologia para detectar mídia manipulada, como deepfakes. Estas iniciativas sugerem uma tendência mais ampla: mais nações poderão criar departamentos anti-desinformação, levando ao aumento do emprego nesta área, à adaptação dos currículos educativos e ao aumento das medidas regulamentares.

    Contexto das agências antidesinformação

    Em 2022, a Suécia criou a Agência Sueca de Defesa Psicológica, criada para proteger o país contra a desinformação, a propaganda e a guerra psicológica. Além disso, a Suécia espera defender as suas eleições nacionais de campanhas de desinformação, como as que foram montadas contra as campanhas eleitorais presidenciais dos EUA em 2016 e 2021. Os 45 funcionários da agência trabalharão com as Forças Armadas Suecas e elementos da sociedade civil, como os meios de comunicação social, as universidades e o governo central, para reforçar as defesas psicológicas do país. 

    De acordo com uma investigação futura da Agência de Contingências Civis (MSB) da Suécia, cerca de 10% dos suecos lêem o Sputnik News, o meio de comunicação de propaganda internacional da Rússia. A cobertura da Sputnik na Suécia ridiculariza frequentemente o país pelas suas crenças feministas e inclusivas, retratando o seu governo e as suas instituições como fracos e ineficazes, ao mesmo tempo que minimiza o risco da Rússia de desencorajar a adesão à NATO. De acordo com relatórios anteriores, os esforços de propaganda russa na Suécia têm estado ligados a uma estratégia mais ampla para polarizar o debate e semear a divisão em toda a Europa. A agência quer alcançar um equilíbrio entre o combate à propaganda e ao mesmo tempo tentar regular a informação pública.

    Impacto disruptivo

    Talvez um dos programas anti-desinformação mais bem sucedidos até agora seja o da Finlândia. O curso faz parte de um programa anti-notícias falsas patrocinado pelo governo que começou em 2014 e tinha como alvo cidadãos, estudantes, jornalistas e políticos sobre como combater informações falsas destinadas a semear a discórdia. O plano do governo é apenas um componente de uma abordagem multifacetada e intersectorial que o país está a adoptar para educar todas as idades sobre o sofisticado ambiente digital de hoje e como este irá potencialmente evoluir. A partilha de uma fronteira com a Rússia tornou a Finlândia extremamente vigilante em relação à propaganda desde que declarou independência da Rússia, há um século atrás. Em 2016, a Finlândia recorreu à ajuda de especialistas americanos para ajudar a educar as autoridades sobre como detectar notícias falsas, por que se espalham e como combatê-las. O sistema escolar também foi atualizado para focar mais no pensamento crítico. Nas aulas de ensino fundamental e médio, os alunos aprendem sobre eventos globais recentes e como analisar seu impacto em suas vidas. Isso inclui aprender a obter informações confiáveis ​​e identificar sinais reveladores de conteúdo deepfake.

    Enquanto isso, nos EUA, o Departamento de Defesa (DOD) está gastando milhões de dólares em diversas tecnologias para detectar automaticamente vídeos e imagens manipulados à medida que a tecnologia deepfake melhora. Segundo o DOD, esta tecnologia tem impacto na segurança nacional. O programa de análise forense de mídia da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) do departamento acredita que a manipulação de vídeos e imagens se tornou muito mais fácil do que era possível anteriormente. O objetivo da agência é prever a “surpresa estratégica” e a reação do mundo aos avanços tecnológicos antes que eles aconteçam. O programa forense de mídia da agência está na metade do seu projeto de pesquisa de quatro anos e já investiu mais de US$ 68 milhões nessas tecnologias. Eles concluíram que a capacidade de modificar fotos automaticamente e sem experiência chegaria muito mais cedo do que o esperado. 

    Implicações mais amplas das agências antidesinformação

    As possíveis implicações das agências antidesinformação podem incluir: 

    • Países mais desenvolvidos estabelecem os seus departamentos anti-desinformação para combater as fazendas de trolls e a ascensão da tecnologia deepfake. As melhores práticas e a partilha de dados entre estas agências tornar-se-ão cada vez mais comuns.
    • Agências governamentais anti-desinformação celebrando parcerias de financiamento com meios de comunicação nacionais e empresas de redes sociais para colaborar em tecnologias e tácticas anti-desinformação.
    • Softwares e aplicativos Deepfake estão se desenvolvendo rapidamente e se tornando mais difíceis de serem detectados por essas agências.
    • O número crescente de funcionários recrutados para o espaço antidesinformação, incluindo desenvolvedores, programadores, pesquisadores, cientistas de dados e educadores.
    • Países criando novos currículos e programas educacionais para identificar notícias e vídeos falsos.
    • Aumento da regulamentação e litígios sobre campanhas de desinformação e crimes deepfake. 

    Questões a considerar

    • Como você identifica conteúdo deepfake?
    • De que outra forma podem as agências antidesinformação combater a desinformação?